No complexo emaranhado das palavras de Raimundo Correia, desvela-se a complexidade do amor e esse poema abrir sua mente.
A força vital que transcende as fronteiras da compreensão humana. “Amor e Vida” é mais do que um simples poema.
Foi pensando nisso que selecionamos na íntegra um dos textos mais lindos de Raimundo Correia para você ler e se emocionar. Descubra a seguir!
Te interessa?
Amor e vida (Raimundo Correia)
Esconde-me a alma, no íntimo, oprimida,
Este amor infeliz, como se fora
Um crime aos olhos dessa, que ela adora,
Dessa, que crendo-o, crera-se ofendida.A crua e rija lâmina homicida
Do seu desdém vara-me o peito; embora,
Que o amor que cresce nele, e nele mora,
Só findará quando findar-me a vida!Ó meu amor! Como num mar profundo,
Achaste em mim teu álgido, teu fundo,
Teu derradeiro, teu feral abrigo!E qual do rei de Tule a taça de ouro,
Ó meu sacro, ó meu único tesouro!
Ó meu amor! Tu morrerás comigo!
A sombra de um amor infeliz
Podemos observar no texto que a alma, como descrita, se esconde, oprimida, na sombra de um amor infeliz.
Na verdade, este sentimento, por vezes, assume a máscara de um crime aos olhos da amada.
O texto inicia-se:
Esconde-me a alma, no íntimo, oprimida,
Este amor infeliz, como se fora
Um crime aos olhos dessa, que ela adora,
Dessa, que crendo-o, crera-se ofendida.
Logo, a dualidade de ser amado e, ao mesmo tempo, condenado pelos olhos que se ama, ecoa como um paradoxo que permeia muitas histórias de amor.
É importante destacar também que a narrativa revela a dor de um coração que anseia por ser compreendido, mas encontra apenas o desdém cortante como resposta.
O amor persiste
Na verdade, a lâmina homicida do desdém penetra no peito do amante, uma ferida que vai além da carne e atinge a própria essência da existência.
No entanto, o poeta mais uma vez ressalta que o amor persiste, cresce e permanece, desafiando a crueldade do destino.
O poema ainda afirma:
A crua e rija lâmina homicida
Do seu desdém vara-me o peito; embora,
Que o amor que cresce nele, e nele mora,
Só findará quando findar-me a vida!
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Além disso, a vida, nesse contexto, é entrelaçada com o amor, inseparável como fios de uma trama intricada.
Nas profundezas da alma
Em mais um lindo poema de Correia, a metáfora do mar profundo revela a profundidade dos sentimentos, onde o amado encontra seu abrigo álgido e fundo.
Sabendo disso, o amor, então, é descrito como algo não apenas vivido, porém, experimentado nas profundezas da alma.
Correia deixa bem claro quando escreve:
Ó meu amor! Como num mar profundo,
Achaste em mim teu álgido, teu fundo,
Teu derradeiro, teu feral abrigo!E qual do rei de Tule a taça de ouro,
Ó meu sacro, ó meu único tesouro!
Ó meu amor! Tu morrerás comigo!
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Além do mais, a taça de ouro, referência ao rei de Tule, sugere a preciosidade desse amor, uma dádiva rara e valiosa.
A dualidade do sagrado e do feral
Você percebeu que o poema atinge seu clímax na última estrofe? A verdade é que a promessa de lealdade é proclamada de maneira intensa e inegável.
Co isso, o amante declara que o amor e a vida são indissociáveis, que ambos só encontrarão seu fim no último suspiro.
O texto de Raimundo Correia termina:
E qual do rei de Tule a taça de ouro,
Ó meu sacro, ó meu único tesouro!
Ó meu amor! Tu morrerás comigo!
Você acredita no amor? Isso porque a dualidade do sagrado e do feral, presente na descrição do tesouro amado, destaca muito bem a natureza contraditória, mas inegavelmente vital, do amor.
Um poema pode ser libertador!
O talentoso escritor Raimundo Correia tece muito bem um retrato poético do amor, capturando suas dores, suas alegrias e sua imortalidade.
Na verdade, o “Amor e Vida” transcende as barreiras do tempo, continuando a ecoar em corações apaixonados,
Além disso, oferecendo uma reflexão profunda sobre a natureza intrínseca desse sentimento que molda e dá significado às experiências humanas. Até mesmo poemas nordestinos irão aquecer o seu coração.
Com certeza os poemas de Raimundo Correia irão te fazer entender diversas expectativas e nuances da vida – acredite!
Frases de Raimundo Correia para refletir
Confira a seguir algumas frases marcantes de Raimundo Correia para você conhecer ainda mais as obras do talentoso escritor.
Garras com que, a sorrir, tu me assassinas, Bela e feroz… O sândalo se evola.
De pombas, vão-se dos pombais, apenas. Raia, sanguínea e fresca, a madrugada.
Como voam as pombas dos pombais.
Da cavalgada o estrépito que aumenta.
Sobre o espaldar de seda o torso inclinas. Numa indolência mórbida, espanhola.
Quanta gente, talvez, que inveja agora. Nos causa, então piedade nos causasse!
Se se pudesse, o espírito que chora, Ver através da máscara da face.
Que o amor que cresce nele, e nele mora, Só findará quando findar-me a vida!
Tudo o que punge, tudo o que devora. O coração, no rosto se estampasse.
Aqui, perpétuo dia ardente e louro. Fulgura; e, na torrente e na cascata.
Acaso as almas poderei sem custo. Ver, perspícuo e melhor, só quando odeio?
Essa mão de fidalga, fina e branca; essa mão, que me atrai e me afugenta.
A lua a estrada solitária banha.
E o bosque estala, move-se, estremece.
A água alardeia toda a sua prata, E os laranjais e o sol todo o seu ouro.
Ruflando as asas, sacudindo as penas, voltam todas em bando e em revoada.
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Redator Web desde 2017, um leitor voraz e apaixonado por livros de ficção histórica.
